Ferias da viagem!

Depois do longo periodo que passamos mochilando, chega a familia do Gui para passar o fim de ano com a gente e nos dar umas ferias da mochila! Do hotel do Leonardo Di Caprio no filme a praia para Resort em Phi-phi!  A familia veio em peso: sogros, cunhadas, co-cunhado e sobrinhos, somavamos nove pessoas. Depois do periodo hermitao Bibi e Gui, agora tinhamos companhia dia e noite. Uma delicia! Depois de tanto tempo, so jantando de vez em quando com algum casal ou tomando vinho com um desconhecido no trem, nada melhor do que estar com a familia da gente.

Hotel do filme!

Junto com a animacao e confusao, veio os hoteis com piscina, o conforto, restaurantes deliciosos, vida de Pel’e! Passamos cinco dias em Phi-Phi, praia paradisiaca, apesar de turistica, linda de morrer. Mar verde forte transparente, peixes coloridos e pedras saindo do mar na tua cara, tipo Halong Bay, so que sem precisar pagar para ver.

A beleza de Phi-phi!

O ano novo foi animadissimo, com shows locais e muitas surpresas. Me senti em casa, pois minha mae quando promove as festas de final de ano na charmosa rsrs Meia Praia faz sempre uma super decoracao nas mesas e paredes e quando a famillia da minha doce Tia Vera do RS esta junto, de quebra se produxem tambem varios “presentinhos” de superticao para os convidados. E nao foi diferente na Tailandia. O hotel estava super decorado, na entrada voce ja recebia uma especie de conjunto supersticioso para te dar toda sorte do mundo, um drink e uma pulseira de flores. Apos os sucessivos shows durante a ceia deliciosa de frutos do mar, o gerente do hotel chamou todos os funcionarios da casa para irem ao palco e agradeceu a todos pelo trabalho e dedicao. E tratou de convidar os turistas que quisessem se juntar a eles no palco e enquanto os funcionarios dancavam soltos, eu e o Gui fomos os primeiros a subir: chegamos pulando, eu dancava como se estivesse literalmente no banheiro de casa… eles adoraram. Apos a empolgacao, fomos curtir o soltar dos baloes, pois cada mesa ganhava alguns baloes para atear fogo. Passado o deslumbre dos baloes, comecamos a ver os malabaris dancando com fogo, que eram meninos jovens vestidos mais ou menos iguais (calca jeans justa e camiseta) e o Pedrinho ia a loucura. Nisso, os malabaris fizeram uma roda de fogo e ficavam passando dentro, bem show. La pelas tantas, ano novo, bebida, voce so via turistas bebados passando no meio da roda, homens e mulheres, depois fizeram uma corda de fogo e la foi o Gui e o Nuno pularem, na verdade se queimarem, porque eles achavam que conseguiriam pular juntos ao mesmo tempo…. Em seguida, um show de fogos alucinante na nossa cabeca, maravilhoso… bom eu tava numa empolgacao sem tamanho!

O AMOR!

Ja quase duas da manha, a Monica e o Clau vao dormir, a Pati, o Pedrinho e o Nuno tambem. Sobra eu, Gui e Gi. Cinco minutos depois surge o Nuno, dizendo que voltou para ficar com a gente…. e a coisa comeca a descambar, bebida daqui, dali, a Gi me abraca e fala torcendo a lingua: “ vamos tomar banho de mar”! Eba, vamos! Eu nunca sou o tipo de pessoa que cai no mar nessas horas, acho que nunca cai no mar a noite, mas viajando, barreiras devem ser quebradas e la fomos nos. Dali um pouco, nao sei bem como, ja estavamos abracadas como uma portuguesa, falando nossa lingua, que tambem nao estava muito bem e caia com a gente no mar… A noite acabou sobre um tronco de arvore, colocado no meio da piscina do hotel, de um lado ao outro, usado pelos funcionarios como show de luta durante a ceia, onde os caras ficam em cima e tentam ver quem ‘e derrubado na agua… Advinha quem estava la? Eu e a Gi, depois Nuno e Gui. Advinhem quem ganhou e se manteve firme ate o final sobre o tronco? Guiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!! Quando a Gi errou a piscina e caiu no chao, achamos que era melhor irmos dormir. O Nuno como um fantasma, desapareceu, disse: “estou subindo!”, mal deu tempo da gente dizer: “ o que?” e ele ja tinha sumido.

A volta para casa!

Apos essa noite divertida, o dia seguinte foi em silencio, tentando se recuperar em frente ao mar. A Gi se manteve no quarto calada ate o final do dia. Optei por fazer snorkling para ver se o enjoo passava e passou! Dia de descanso, quase sem atividade nenhuma…

Mais belza de Phi-phi!

Quando, no dia seguinte, tive minha primeira experiencia de mergulho, meu batismo. Eu, Gui, Pati, Nuno, Gi e Clau fomos mergulhar. O Nuno e o Gui eram os unicos com curso de mergulho, e todos os demais, com excessao de mim, era o quinto ou sexto batismo. Bom, no comeco, so de ficar no raso embaixo d’agua com aquele tubo na bouca, ja me dava claustrofobia e eu voltava correndo. O professor me olhava com cara de “que trabalho vai ser batisar essa criatura”. No fim das contas, la fomos nos, pegamos o barco, paramos no ponto de mergulho, e sem muito ir aos poucos, o professor pegou na minha mao e ja foi afundando, metro a metro, e deu minha mao para o Gui continuar… e fomos ate chegarmos nos 12 m de profundidade que era o limite do batismo. A sensacao foi diferente, nao dava para olhar muito para cima pois dava vontade de voltar correndo, nao dava para pensar que estava embaixo d agua pois dava ansiedade, na medida que conseguia nao pensar nisso, era uma experiencia muito interessante, que nitidamente da para prever que se torna muito boa com o passar do tempo, voce naturalmente vai adquirindo seguranca, principalmente quando o lugar la embaixo ‘e realmente cheio de peixes coloridos que fazem voce esquecer qualquer realidade diferente da que voce esta vivendo… Quando subimos, eu tinha mais da metade dos meus bares enquanto os outros tinham menos da metade do que eu. Entao, vi que meu controle na respiracao estava sendo digno de uma aluna de yoga. O Gui estava orgulhoso de mim, o sonho dele ‘e me ver em momentos extremamente atleticos! Ele delira! Sabe aqueles momentos que os maridos ao verem a mulher super bem arrumada acham ela a mulher mais bonita do mundo (naquele dia), o Gui tem isso quando estou fazendo algum tipo de esporte, por exemplo, o final de uma caminhada de 8h subindo um morro, suada, de cabelo preso, para ele ‘e o apice da minha beleza! Cansei de ser elogiada cada vez que eu colocava um tenis no p’e: “ nossa como vc t’a bonita hoje…”

Batismo em familia!

Bom, depois de PhiPhi, seguimos para Chiang May, uma das maiores cidade da Tailandia, cheia de templos absurdamente maravilhosos. Nas primeiras visitas, nao conseguia conter minha emocao, num dos templos, fiquei chorando ate o monge me chamar e perguntar se eu estava bem e depois me dar uma breve aula de meditacao, numa tentativa muito limitada, pois nao sabia falar ingles.

Nossa... super a vontade haha!

Costumes diferentes!

Vimos espetaculo de elefante, subi em cima de um deles, tirei foto colocando a mao e depois quase deitando sobre um tigre, levei choque tentando me apoiar no muro que tinha cerca eletrica, vimos as mulheres girafas, com seus pescocos circundados por aquelas argolas douradas, nos esbaldamos andando com os deliciosos tuc-tucs (queria tanto ter um no Brasil), ate chegarmos em Sucothai!

Os templos de Chiang Mai!

Beleza...!

Harmonia....

O que ‘e Sukothai? Uma antiga capital da Tailandia, que guarda ruinas de templos budistas. Ao chegarmos, nos todos alugamos bicicletas e fomos, em familia, conhecer as ruinas. Nem sei explicar o que foi esse passeio, o lugar ‘e magico, as ruinas sao belissimas, uma atmosfera de volta no tempo, de encontro, de Deus, muito boa. O Pedro, resumiu muito bem quando falou a Pati ao final do passeio meio emocionado e inspirado: “ Mae, eu to senti um sentimento que eu nunca senti antes…” , e a Pati: “ ‘e filho, que legal, e como ‘e esse sentimento bom ou ruim?” O Pedro disse: “ nao sei mae, pq eu nunca tinha sentido antes, mas ‘e muito diferente!” Achei tao lindo esse encontro que o Pedro teve com as ruinas. Nao tem como explicar mesmo. Talvez a gente que ‘e adulto possa ate comparar um pouco com o que ja sentimos e nomear a sensacao do passeio, mas prefiro a sabedoria do Pedro e dizer: “ alugue uma bicicleta e conheca Sukothai”.

Sem palavras...

Momento magico!

Uma coisa que mexeu comigo nessa visita da familia, foi ver a Pati e o Nuno com o Pedro e a Luisa. Me deu muita vontade de ter o nosso Pedro e a nossa Luiza. Ficava olhando para os dois boba. O Pedrinho dormiu muitas noites com a gente e cada vez que ele me pedia alguma coisa com aquela vozinha: ” Tia Bibi, apaga a luz, nao consigo dormir”! Eu me derretia. Mesmo adorando ler antes de dormir, um dos meus maiores prazeres de todos os dias, nao me doia fechar a pagina do livro s’o por ter ouvido a voz doce e pura do Pedro me pedindo alguma coisa.

Existe alguem mais lindo?

Nao 'e de morrer de inveja?

O final da viagem foi em Bankok, onde passamos pela Kaosarn Road, a rua famosa dos mochileiros, cheia de roupas de rua super descoladas, que por poucos dolares da pra renovar o guarda-roupa e estar atualizada com a moda internacional.

Mas eu o Gui tinhamos uma missao em Bankok: arrumar o nosso computador que estava ligando so quando queria. E conhecemos um motorista de tuc tuc que fazia o passeio ate a Sony pela bagatela 2,5 reais numa distancia super consideravel, desde que, no caminho parassemos em alguma loja fazendo que estavamos interessados em comprar algo, para ele ganhar seu tanque de combustivel. Meio cansados, mas no animo da economia, paramos num lugar na ida e noutro na volta. Num deles foi minha vez de bancar a artista, queria ver tecidos p/ fazer um vestido de festa e depois o Gui, queria ver precos para fazer um terno. Nesse dia caimos na mao de um indiano, que como tal, ficou azucrinando a gente para comprar, pois acho que percebeu que era golpe pelos nossos trajes de chinelo de dedo. Mas o problema veio no dia seguinte, quando pegamos o mesmo motorista para irmos novamente na Kaosarn Road e numa das paradas numa loja de objetos de decoracao, eu, sem querer, quebrei um vaso de ceramica. Quase sem ar, mas tentando manter a calma para dizer ao Gui que estava voltando do banheiro, ja imendei: “ quebrei um vaso, mas pelo jeito tudo na loja custa no maximo 1500 bats, o equivalente 70 reais, o prejuizo nao vai ser tao grande…” Sabe custava o infeliz do vaso? 180 reais. Queria me arrancar os cabelos. Com esse valor na Tailandia dava para ficarmos 9 dias nos nossos hoteis mais em conta, jantarmos tres vezes num restaurante chiquerrimo, passear de tuc tuc sem parar em loja nenhuma umas 20 vezes, comer 25 pad-thai de rua e a lista nao para por ai vai. Perdemos 180 reais e nem pudemos levar o vaso, estava espatifado no chao!

Mas tivemos momentos super legais, jantamos em restaurantes deliciosos indicados a dedo pela Pati. Aqui vali um parenteses: a Pati ‘e especialista em dicas internacionais de muito bom gosto, agora entendo quando o Gui, em tom de critica, me diz: “ vc ‘e tipo a Pati!”, se referindo as minhas preferencias dos lugares para dormirmos, comermos, etc. Por isso foi bom, atraves da Pati, resgatar minha Pati esmagada pela vida de mochileita. Valeu! Tivemos nosso infeliz momento no Pingue-pongue na zona, conhecemos o Palacio do Rei, onde alem de palacio, ‘e cheio de templos incrivelmente belissimos, minuciosamente perfeitos e detalhados, mas muito turistico (se tirasse todos os turistas que visitam la por dia, o lugar seria nao so lindo, mas magico). Passeamos de tuk-tuk, de barco, e de carro normal. Para ir ao palacio do rei, por exemplo, que fica numa outra parte da cidade, so de barco. Tivemos um momento “atracao para turistas”  quando voltavamos da Karsan Road, pois entramos em oito num tuk-tuk, que ‘e ideal para tres pessoas, pois ‘e basicamente um triciculo e varios turistas filmaram e tiraram fotos nossas.

Visual de dentro de um Tuk-tuk!

Gui, motorista, eu, Pati, Monica, Nuno, Pedro e Luisa!

Num dos varios templos do Palacio!

Tivemos dois jantares em familia, um so com a Pati e o Nuno e outro so com a Monica e o Clau para conseguirmos nos despedir de verdade deles, ambos foram muito bons. Eles deixaram saudades! Estavamos precisando de familia, de encontro, de mesa cheia, de bagunca, de rizada coletiva, de conversas agradabilissimas e de interacao. Levaram junto as ferias da mochilagem, mas sobrou muitos shampoos, sabonetes e hidrantantes de hoteis deliciosos para lembrarmos!